A 4 de Março, em Joanesburgo, África do Sul, nasce Zenzile Miriam Makeba, a quem o mundo da música (mas não só) viria a apelidar de “Mama África". Passa os primeiros seis meses de vida na prisão, uma vez que a mãe, uma isangoma (quimbanda, praticante de medicina tradicional), é presa por comercializar umqombothi, uma espécie de quimbombo ou quissângua, bebida alcoólica artesanal proibida.
1950
Depois de cantar no coro do “Kilmerton Training Institute”, em Pretoria, faz parte do grupo de jazz sul-africano “The Manhattan Brothers” e funda o grupo feminino “The Skylarks”, interpretando blues americanos e música tradicional sul-africana.
1956
Grava o tema "Pata Pata", que viria a tornar-se a marca indelével da sua arte. A canção passa na rádio e dá-lhe notoriedade mas Miriam apenas recebe uns míseros randes pela gravação, sem retorno de direitos de autoria.
1959
Participa no documentário antiapartheid “Come Back, África”, do realizador independente norte-americano Lionel Rogosin, galardoado com o prémio do Festival de Vancouver, no Canadá.
Representa o papel feminino principal na ópera jazz sul-africana “King Kong”, na qual participa também o trompetista, compositor e cantor Hugh Masekela, com quem se casará mais tarde.
Aparece na televisão norte-americana no “Steve Allen Show”.
1960
Lionel Rogosin paga uma caução para que Miriam possa deslocar-se a Veneza para a apresentação do documentário “Come Back, África” no Festival Internacional de Cinema. O filme recebe o “Prémio da Crítica”.
Miriam resolve não regressar ao seu país, o que provoca a anulação do seu passaporte sul-africano.
Vai para Londres, onde conhece Harry Belafonte, que viria a ser o responsável pela sua entrada no mercado musical americano.
Grava o seu primeiro álbum de estúdio nos EUA, “Miriam Makeba”.
1962
Miriam e Belafonte cantam no espectáculo de aniversário de John F. Kennedy, no Madison Square Garden, mas a cantora não participa na festa que se segue por se sentir doente. Kennedy insiste num encontro com Miriam e Belafonte envia um carro que a leva à presença do Presidente.
1963
Grava “The World of Miriam Makeba”, o segundo álbum americano.
Perante o “Comité das Nações Unidas Contra o Apartheid” presta um veemente testemunho sobre as condições dos negros na África do Sul.
Os seus discos são proibidos no país do apartheid, fica proibida de regressar à sua pátria e é-lhe retirada a nacionalidade sul-africana.
Torna-se apátrida, mas a Guiné, a Bélgica e o Gana emitem passaportes internacionais em seu nome. Torna-se cidadã do mundo: durante a sua vida teve 9 passaportes e foi cidadã honorária de 10 países.
1966
O disco “An Evening with Belafonte/Makeba” ganha o Grammy Award na categoria de música folk.
1967
O single "Pata Pata", gravado pela primeira vez em 1956, é publicado nos EUA e torna-se um êxito internacional.
1968
Casa-se com Stokely Carmichael, activista político norte-americano, um dos fundadores do “Black Power” e porta-voz do "Black Panther Party", partido negro revolucionário.
Os seus contratos de gravação e as suas digressões artísticas são cancelados.
Mudam-se para a Guiné, onde viverão durante os 15 anos seguintes, e tornam-se amigos do presidente Ahmed Sékou Touré.
Empresta a voz ao documentário “LBJ” , sátira anti-imperialista do cubano Santiago Álvarez.
1973
Separa-se de Carmichael.
1975
Participa nas cerimónias da independência de Moçambique e lança a canção "A Luta Continua".
1980
É nomeada delegada da Guiné junto da ONU.
1982
Interpreta o papel de Joséphine Sempala no filme “Amok” de Souheil Ben-Barka.
1985
Muda-se para Bruxelas, após a morte da sua única filha, Bongi Makeba.
1986
As Nações Unidas atribuem-lhe o “Prémio da Paz Dag Hammarskjöld”.
1987
Volta ao mercado discográfico norte-americano e participa no projecto “Graceland”, de Paul Simon e na digressão que se segue, que inclui a África.
Publica a autobiografia “Makeba: My Story”, traduzida para Alemão, Castelhano, Francês, Holandês e Italiano.
1988
Grava “Sangoma”, um album à capela em honra de sua mãe.
Participa, a 11 de Junho, no Concerto do 70º Aniversário de Nelson Mandela, no Estádio de Wembley, em Londres. O concerto ficou também conhecido como “Freedomfest” (Festival da Liberdade), “Free Nelson Mandela” (Libertem Nelson Mandela) e “Mandela Day” ( O Dia de Mandela).
1990
Regressa à sua pátria, com passaporte francês, a pedido expresso de Nelson Mandela (libertado da prisão a 11 Fevereiro), que a recebe pessoalmente à chegada.
1991
Grava o album “Eyes on Tomorrow”, com Dizzy Gillespie, Nina Simone e Hugh Masekela.
Em Novembro aparece na televisão americana, no episódio "Olivia Comes Out of the Closet" do “Cosby Show”.
1992
Participa no filme sul-africano “Sarafina!” , de Darrell Roodt, que retrata o envolvimento estudantil na insurreição do Soweto, em 1976.
1996
Participa no filme “When We Were Kings” de Leon Gast, sobre o combate de pesos pesados entre Muhammad Ali e George Foreman, disputado no Zaire em 1974.
1998
Participa no filme “Have You Seen Drum Recently?” de Jürgen Schadeberg.
1999
A 16 de Outubro é nomeada, pela FAO, “Embaixadora da Boa Vontade”.
2000
O seu álbum “Homeland” é nomeado para um Grammy na categoria de “Melhor Álbum de World Music”.
Compõe (letra e música) o tema "Dummasack” para o filme “Otto: Der Katastrofenfilm” de Edzard Onneken.
2001
A Associação da Alemanha nas Nações Unidas agracia-a com a “Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn”, por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial.
2002
Recebe das mãos do Rei da Suécia o Prémio Polar Music, que partilha com a russa Sofia Gubaidulina.
Participa no documentário “Amandla!: A Revolution in Four-Part Harmony”, sobre a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid e a injustiça através da música.
2005
Interpreta o tema "Jol'inkomo" no filme “Transamerica” de Duncan Tucker.
2006
Interpreta o tema “Pata Pata” no filme “Bobby” de Emilio Estevez, sobre Robert F. Kennedy
2007
Interpreta o tema “Pata Pata” no documentário “Joe Strummer: The Future Is Unwritten” de Julien Temple, sobre Joe Strummer, fundador, letrista, guitarrista e voz principal do grupo punk britânico “The Clash”.
2008
Interpreta o tema "The Click Song" no documentário “Soul Power” de Jeff Levy-Hinte, sobre o Festival de Música do Zaire de 1974.
A 9 de novembro, num concerto em Castel Volturno (Itália), a favor do jornalista e escritor italiano Roberto Saviano (e a sua luta contra a Máfia Napolitana), sofre um ataque cardíaco em palco e morre no hospital "Pineta Grande" na madrugada do dia 10.
2009
Entre 25 e 27 de Setembro ocorre, no Cirque d'Hiver de Paris, o espectáculo "Hommage à Miriam Makeba".
O mesmo espectáculo, mas com o título inglês "Mama Africa: Celebrating Miriam Makeba" ocorre no Barbican de Londres, a 21 Novembro.
2011
É lançado o filme “Mama Africa” de Mika Kaurismäki, sobre a vida de Miriam Makeba.
DISCOGRAFIA
19561. Duze (Single 78 rpm mono Gallotone)
1957
2. Pass Office Special (Single 78 rpm mono Gallotone)
1960
3. Miriam Makeba (LP RCA)
4. The Many Voices of Miriam Makeba (LP Kapp)
1961
5. Makeba - Belafonte ( 45 rpm RCA Victor)
1963
6. The World of Miriam Makeba (LP RCA)
7. The Click Song (EP)
8. The Click Song / Mbube (Single 45 rpm)
1964
9. The Voice of Africa (LP RCA)
10. Chants d'Afrique (45 rpm RCA Victor)
1965
11. Makeba Sings! (LP RCA)
12. An Evening with Belafonte/Makeba (LP RCA; Grammy- Melhor Gravação Folk Étnica Tradicional)
13. The Magic of Makeba (LP RCA)
14. Malaika / Malcolm X (Single 45 rpm Sonafric)
1966
15. The Magnificent Miriam Makeba (LP Mercury)
16. All About Miriam (LP Mercury)
17. Pata Pata (LP Reprise)
1967
18. Pata Pata (Single 45 rpm Reprise)
19. Malayisha (Single 45 rpm Reprise)
20. Miriam Makeba in Concert! (LP Reprise)
1968
21. Emavungwini (Single 45 rpm Reprise)
22. Makeba! (LP Reprise)
23. Live in Tokyo (LP Reprise)
24. The Best of Miriam Makeba (LP RCA Victor)
1969
25. I Shall Be Released / Iphi Ndilela (Show Me the Way) (Single 45 rpm Reprise)
1970
26. Keep Me in Mind (LP Reprise)
1972
27. Pata Pata / Click Song Number 1 (Single 45 rpm Reprise)
1974
28. We Got to Make It / Promise (Single 45 rpm Disques Espérance)
29. A Promise (LP RCA)
30. Live in Conakry: Appel a l'Afrique (LP Sonodisc)
1975
31. Miriam Makeba & Bongi, c/ Bongi Makeba (LP Syliphone Conakry )
32. Harry Belafonte and Miriam Makeba (2LP Camden)
1976
33. Pata Pata / Malayisha (Single 45 rpm Reprise)
1977
34. Live at Theatre des Champs-Elysées (LP)
1978
35. Hauteng / Talking and Dialoging (Single 45 rpm Disques Espérance)
36. Country Girl (LP Sonodisc)
1979
37. Comme une symphonie d'amour (LP Sonodisc)
38. Comme une symphonie d'amour (Single 45 rpm Disques Espérance)
1980
39. Miriam Makeba (LP Record Bazaar)
1987
40. The Queen of African Music (CD Verlag Pläne)
1988
41. Sangoma (CD Warner Bros.)
1989
42. Give Me a Reason / Africa (Single 45 rpm Philips)
43. Welela (CD Gallo Music)
1991
44. Eyes on Tomorrow (CD Gallo Music)
45. Africa (CD Novus)
46. Miriam Makeba and The Skylarks: Volume 1 (CD Remastered de 78/45 rpm gravados entre 1956 e 1959)
1993
47. Sing Me a Song (CD)
1994
48. Folk Songs from Africa (CD SAAR)
1996
49. En public à Paris et Conakry (CD)
1997
50. Hits and Highlights (CD)
51. Miriam Makeba and The Skylarks: Volume 2 (CD Remastered de 78/45 rpm gravados entre 1956 and 1959)
1998
52. Pata Pata: Live in Paris (CD do LP “Live at Theatre des Champs-Elysées” de 1977)
2000
53. Homeland (CD Putumayo)
54. The Best of Miriam Makeba (CD BMG)
55. Pata Pata 2000 (Single CD Putumayo)
2001
56. Legend (CD Next Music)
57. Mama Africa: The Very Best of Miriam Makeba (CD)
58. The Guinea Years (CD e LP)
2002
59. Mother Africa: The Black Anthology (CD)
60. The Best of Miriam Makeba: The Early Years (CD Wrasse)
61. The Definitive Collection (CD Wrasse)
2003
62. Live at Berns Salonger, Stockholm, Sweden, 1966 (CD Gallo Music)
2004
63. Reflecting (CD Gallo Music)
2006
64. Makeba Forever (CD Gallo Music)
65. Her Essential Recordings (2CD Manteca)
2009
66. Mama Afrika 1932-2008 (CD Gallo Music)
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