Malangatana
Decorreu entre 11 e 23 de Novembro a exposição Lusofonias/Lusophonies, na Galeria Nacional de Arte do Senegal, em Dakar. Composta por obras de arte da coleção da Perve Galeria, esta é a primeira exposição de artes visuais, dedicada à Lusofonia, que Portugal apresenta no Senegal. Organizada pela Perve Galeria e pela Embaixada de Portugal em Dakar, a exposição conta com o apoio do Instituto Camões, do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, da TAP e da empresa RC Construções, SA.
No ano em que o país comemora o 50.º aniversário da sua independência, a Galeria Nacional do Senegal apresenta uma exposição que abarca a produção artística desde meados dos anos 50 à contemporaneidade, dando a conhecer obras de artistas como António Quadros, Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas, Malangatana, João Garcia Miguel, Pancho Guedes, Luísa Queirós, entre outros.
Organizada em núcleos temáticos que integram os eixos Colonialismo/Independências e Miscigenação e Diáspora, a exposição aborda, nas palavras do seu comissário, Carlos Cabral Nunes, “de forma antológica a produção nos PALOP, Brasil e Portugal”, permitindo repensar a independência dos PALOP de um ponto de vista pós-colonial, e integrando também “a produção artística e a diáspora, estabelecendo-se ligações entre o imaginário português e a sua influência em distintos autores portugueses”.
A Galeria Nacional de Arte do Senegal, inaugurada em 1983, tem-se apresentado como uma plataforma de convergência das artes contemporâneas senegalesas e africanas. Espaço de acolhimento, difusão e promoção das artes plásticas, a Galeria tem ainda potenciado a cooperação artística entre o Senegal e outros países.
Membro Observador da Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa - CPLP desde 2008, o Senegal partilha, para o Embaixador de Portugal em Dakar, Rui Manuppella Tereno, "a riqueza do universo lusófono, ele próprio o fruto de uma interpenetração permanente de pessoas, de cultura, de maneiras de viver em todos os continentes".
Ana Paula Laborinho, Presidente do IC, considera que esta exposição é “mais um contributo para o diálogo entre culturas que é também alimentado pela presença viva da língua portuguesa no Senegal”. Relembrando os “cerca de vinte e sete mil alunos que aprendem português nos ensinos médio e secundário, mais de duzentos e cinquenta professores senegaleses que frequentam anualmente ações de formação em português, e quase mil alunos que estudam na capital senegalesa, no ensino superior”, Ana Paula Laborinho destaca o papel da língua portuguesa “como motor de dinâmicas culturais entre Portugal e o Senegal que se estende a diferentes domínios e encontra nas artes plásticas ponto de cruzamento entre continentes".
Esta exposição é, para o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, uma "parte da resposta às solicitações de vários quadrantes da sociedade senegalesa, para um relacionamento mais profundo com os países que integram a nossa Comunidade".
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